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Anapanasati Sutta - A Atenção Plena na Respiração
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(Sessão Introdutória)
1. Assim ouvi. Em certa ocasião o Abençoado estava em
Savatthi, no palácio da mãe de
Migara, no Parque do Oriente, junto com muitos
discípulos sêniores bem conhecidos -
Ven.
Sariputta, Ven.
Maha Moggallana,
Ven. Maha Kassapa,
Ven. Maha Kaccana,
Ven. Maha Kotthita,
Ven. Maha Kappina,
Ven. Maha
Cunda, Ven.
Anuruddha, Ven.
Revata, Ven.
Ananda, e outros discípulos
sêniores bem conhecidos.
2. Naquela ocasião, os bhikkhus
sêniores ensinavam e instruíam os bhikkhus
júniores; alguns ensinavam e instruíam dez bhikkhus
júniores, alguns ensinavam e instruíam
vinte ... trinta ...
quarenta bhikkhus júniores.
E os bhikkhus júniores, ensinados e instruídos
pelos bhikkhus sêniores, atingiram sucessivos
estágios de distinção.
3. Naquela ocasião – no décimo quinto dia do Uposatha, na
noite de lua cheia da cerimônia do Pavarana [1]
- o Abençoado estava sentado ao ar livre, rodeado pela Sangha dos bhikkhus,
quando observando cuidadosamente a silenciosa Sangha dos bhikkhus, ele assim
falou:
4. "Bhikkhus, estou contente com esse progresso. Minha
mente está satisfeita com esse progresso. Portanto, estimulem ainda mais
energia para atingir o que não foi atingido, para alcançar o que não foi
alcançado, para realizar o que não foi realizado. Eu esperarei aqui em
Savatthi pela lua cheia do quarto mês de
Komudi. [2]”
5. Os bhikkhus das redondezas ouviram: “O Abençoado
esperará, lá em Savatthi, pela lua cheia do
quarto mês do Komudi". Então os bhikkhus das
redondezas partiram no devido tempo para Savatthi
para ver o Abençoado.
6. E os bhikkhus sêniores
ensinaram e instruíram ainda mais intensivamente os bhikkhus
júniores; alguns ensinavam e instruíam dez
bhikkhus júniores, outros vinte...
trinta... quarenta
bhikkhus júniores. E os bhikkhus
júniores, ensinados e instruídos pelos bhikkhus
sêniores alcançaram sucessivos estágios de
distinção.
7. Naquela ocasião – o décimo quinto dia do Uposatha, a
noite de lua cheia do quarto mês do Komudi – o
Abençoado estava sentado ao ar livre circundado pela Sangha de bhikkhus.
Então observando a silenciosa Sangha de bhikkhus ele falou:
8. "Bhikkhus esta Sangha está livre da fala
inconseqüente, esta Sangha está livre da tagarelice. Ela é sólida como o
cerne. Assim é esta Sangha dos bhikkhus, assim é esta assembléia. Uma
assembléia como essa é merecedora de dádivas, merecedora de hospitalidade,
merecedora de oferendas, merecedora de saudações com reverência, um campo
inigualável de mérito para o mundo, assim é esta Sangha dos bhikkhus, assim
é esta assembléia. Esta assembléia é uma comunidade tal que uma pequena
dádiva se transforma num grande fruto e uma grande dádiva se transforma num
fruto ainda maior – assim é esta Sangha de bhikkhus, assim é esta
assembléia. Uma assembléia assim é rara, difícil de se
encontrar neste mundo – assim é essa Sangha de bhikkhus, assim é esta
assembléia. Por uma assembléia assim, valeria a pena uma longa viagem com um
grande carregamento de alimentos para poder vê-la – assim é esta Sangha de
bhikkhus, assim é esta assembléia.
9. "Nesta Sangha de bhikkhus existem
bhikkhus que são arahants, livres das impurezas e que têm vivido a vida
santa, fizeram o que deve ser feito, depuseram o fardo, alcançaram o
verdadeiro objetivo, destruíram os grilhões da existência e estão
completamente libertados através do conhecimento supremo – esses bhikkhus
estão aqui nesta Sangha de bhikkhus.
10. "Nesta Sangha de bhikkhus existem
bhikkhus que, com a destruição dos cinco primeiros grilhões, devem renascer
espontaneamente (na Morada Pura) e lá realizar o parinibbana, sem nunca mais
retornar desse mundo – esses bhikkhus estão aqui nesta Sangha de bhikkhus.
11. "Nesta Sangha de bhikkhus existem
bhikkhus que com a destruição dos três grilhões e com a atenuação da cobiça,
raiva e delusão, são os que “retornarão uma vez”, retornando uma vez a esse
mundo para dar fim ao sofrimento – tais bhikkhus estão aqui nesta Sangha de
bhikkhus.
12. "Nesta Sangha de bhikkhus existem
bhikkhus que com a destruição dos três grilhões, são os que “entraram na
correnteza”, não mais destinados aos mundos inferiores, com o destino fixo,
eles têm a iluminação como destino – tais bhikkhus estão aqui nessa Sangha
de bhikkhus.
13. "Nesta Sangha de bhikkhus existem bhikkhus que
permanecem dedicados ao desenvolvimento dos quatro fundamentos da atenção
plena – tais bhikkhus estão aqui nessa Sangha de bhikkhus. Nesta Sangha de
bhikkhus existem bhikkhus que permanecem devotados ao desenvolvimento dos
quatro tipos de esforço correto ... das quatro
bases do poder espiritual ... das cinco faculdades ... dos cinco poderes ...
dos sete fatores para a iluminação ... do Nobre Caminho Óctuplo – tais
bhikkhus estão aqui nessa Sangha de bhikkhus.
14.
“Nesta Sangha de bhikkhus existem bhikkhus que
permanecem dedicados ao desenvolvimento do amor-bondade
... da compaixão ... da alegria altruísta ... da equanimidade ... da
meditação sobre temas repelentes ... da percepção da
impermanência – tais bhikkhus estão aqui nessa Sangha de bhikkhus.
Nesta Sangha de bhikkhus existem bhikkhus que permanecem dedicados ao
desenvolvimento da atenção plena na respiração.
(A Atenção Plena na Respiração)
15. "Bhikkhus, a atenção plena na
respiração quando desenvolvida e cultivada traz grandes frutos e grandes
benefícios. A atenção plena na respiração quando desenvolvida e
cultivada realiza os quatro fundamentos da atenção plena. Os quatro
fundamentos da atenção plena quando desenvolvidos e cultivados realizam os
sete fatores da iluminação. Os sete fatores da iluminação quando
desenvolvidos e cultivados realizam o verdadeiro conhecimento e a
libertação.
16."Como,
bhikkhus, a atenção plena na respiração é desenvolvida e cultivada de modo
que traga grandes frutos e grandes benefícios?
17.”Aqui
um bhikkhu, dirigindo-se à floresta ou à sombra de uma árvore ou a um local
isolado; senta-se com as pernas cruzadas, mantém o corpo ereto e
estabelecendo a plena atenção à sua frente, ele inspira com atenção plena
justa, ele expira com atenção plena justa.
18.
“Inspirando longo, ele compreende: [3]
‘Eu inspiro longo’; ou expirando longo, ele compreende: ‘Eu expiro
longo.’ Inspirando curto, ele compreende: ‘Eu
inspiro curto’; ou expirando curto, ele compreende: ‘Eu expiro curto.’ Ele
treina assim: ‘ Eu inspiro experienciando todo o
corpo [da respiração]’; ele treina assim: ‘Eu expiro
experienciando todo o corpo [da respiração].’ Ele treina assim: ‘Eu
inspiro tranqüilizando a formação do corpo [da respiração]’; ele treina
assim: ‘Eu expiro tranqüilizando a formação do corpo [da respiração].
19.
“Ele treina assim: ‘eu inspiro
experienciando êxtase’; ele treina assim: ‘eu
expiro experienciando
êxtase.’[4] Ele treina assim: ‘eu inspiro
experienciando a felicidade’; ele treina assim:
‘eu expiro experienciando a felicidade’. Ele
treina assim: ‘eu inspiro experienciando a
formação da mente’; ele treina assim: ‘eu expiro
experienciando a formação da mente.’ Ele treina assim: ‘eu inspiro
tranqüilizando a formação da mente’; ele treina assim: eu expiro
tranqüilizando a formação da mente.’[5]
20.
“Ele treina assim: ‘eu inspiro
experienciando a mente’; ele treina assim: ‘eu
expiro experienciando a
mente.’ Ele treina assim: ‘eu inspiro satisfazendo a mente’; ele
treina assim: ‘eu expiro satisfazendo a mente.’ Ele treina assim: ‘eu
inspiro concentrando a mente’; ele treina assim: eu expiro concentrando a
mente.’Ele treina assim: ‘eu inspiro libertando a mente’; ele treina assim:
eu expiro libertando a mente.’[6]
21.
“Ele treina assim: ‘eu inspiro contemplando a
impermanência’; ele treina assim: ‘eu expiro
contemplando a impermanência.’
Ele treina assim: ‘eu inspiro contemplando o desaparecimento’; ele treina
assim: ‘eu expiro contemplando o desaparecimento.’ Ele treina assim: ‘eu
inspiro contemplando a cessação’; ele treina assim: ‘eu expiro contemplando
a cessação.’ Ele treina assim: ‘eu inspiro contemplando a renúncia’; ele
treina assim: ‘eu expiro contemplando a renúncia.’ [7]
22.”Bhikkhus,
assim é como a atenção plena na respiração é desenvolvida e cultivada de
modo que traga grandes frutos e grandes benefícios.
(A Realização dos Quatro
Fundamentos da Atenção Plena)
23. "Como, bhikkhus, a atenção plena
na respiração é desenvolvida e cultivada de modo que realize os quatro
fundamentos da atenção plena?
24. "Bhikkhus, sempre que um bhikkhu, inspirando longo,
compreende: ‘eu inspiro longo,’ ou expirando
longo, compreende: ‘eu expiro longo,’ inspirando curto, compreende: ‘eu
inspiro curto,’ ou expirando curto, compreende: ‘eu expiro curto’; ele
treina assim: ‘eu inspiro experienciando todo o
corpo (da respiração)’; ele treina assim: ‘eu expiro
experienciando todo o corpo (da respiração)’; ele treina assim: ‘eu
inspiro tranqüilizando a formação corporal’; ele treina assim: ‘eu expiro
tranqüilizando a formação corporal’ – nessa ocasião um bhikkhu permanece
contemplando o corpo como um corpo, ardente, plenamente consciente e com
atenção plena, tendo colocado de lado a cobiça e o desprazer pelo mundo. Eu
digo que esse é um corpo entre os corpos, ou seja, a inspiração e a
expiração.[8] Por isso, nessa ocasião um bhikkhu
permanece contemplando o corpo como um corpo, ardente, plenamente consciente
e com atenção plena, tendo colocado de lado a cobiça e o desprazer pelo
mundo.
25."Bhikkhus,
quando um bhikkhu treina assim: ‘eu inspiro
experienciando o êxtase’; ele treina assim: ‘ eu expiro
experienciando o êxtase’; ele treina assim: ‘eu
inspiro experienciando a felicidade’; ele treina
assim: ‘eu expiro experienciando a felicidade’;
ele treina assim: ‘eu inspiro experienciando a
formação da mente’; ele treina assim: ‘eu expiro
experienciando a formação da mente’; ele treina assim: ‘eu inspiro
tranqüilizando a formação da mente’; ele treina assim: ‘eu expiro
tranqüilizando a formação da mente’ – nessa ocasião um bhikkhu permanece
contemplando sensações como sensações, ardente, plenamente consciente e com
atenção plena, tendo colocado de lado a cobiça e o desprazer pelo mundo. Eu
digo que essa é uma certa sensação entre as sensações, ou seja, a cuidadosa
atenção à inspiração e à expiração.[9] Por isso,
nessa ocasião, um bhikkhu permanece contemplando sensações como sensações,
ardente, plenamente consciente e com atenção plena, tendo colocado de lado a
cobiça e o desprazer pelo mundo.
26. "Bhikkhus, quando um bhikkhu treina assim: ‘eu
inspiro experienciando a mente’; ele treina
assim: ‘eu expiro experienciando a mente’; ele
treina assim: ‘eu inspiro satisfazendo a mente’; ele treina assim: ‘eu
expiro satisfazendo a mente’; ele treina assim: ‘eu inspiro concentrando a
mente’; ele treina assim: ‘eu expiro concentrando a mente’; ele treina
assim: ‘eu inspiro libertando a mente’; ele treina assim: ‘eu expiro
libertando a mente’ – nessa ocasião um bhikkhu permanece contemplando a
mente como mente, ardente, plenamente consciente e com atenção plena, tendo
colocado de lado a cobiça e o desprazer pelo mundo. Eu digo que não há o
desenvolvimento da atenção plena na respiração naquele que é esquecido e
desprovido de plena consciência. É por isso que nessa ocasião, um bhikkhu
permanece contemplando a mente como mente, ardente, plenamente consciente e
com atenção plena, tendo colocado de lado a cobiça e o desprazer pelo
mundo.[10]
27. "Bhikkhus, quando, um bhikkhu treina assim: ‘eu
inspiro contemplando a impermanência’; ele
treina assim: ‘eu expiro contemplando a impermanência’;
ele treina assim: ‘eu inspiro contemplando o desaparecimento’; ele treina
assim: ‘ eu expiro contemplando o desaparecimento’; ele treina assim: ‘eu
inspiro contemplando a cessação’; ele treina assim: ‘ eu expiro contemplando
a cessação’; ele treina assim: ‘ eu inspiro contemplando a renúncia’; ele
treina assim: ‘eu expiro contemplando a renúncia’- nessa
ocasião, um bhikkhu permanece contemplando objetos mentais como objetos
mentais, ardente, plenamente consciente e com atenção plena, tendo colocado
de lado a cobiça e o desprazer pelo mundo. Tendo visto através da sabedoria
o abandono da cobiça e desprazer, ele é aquele que observa atento com
equanimidade.[11] É por isso que nessa ocasião
um bhikkhu permanece contemplando objetos mentais como objetos mentais,
ardente, plenamente consciente e com atenção plena, tendo colocado de lado a
cobiça e o desprazer pelo mundo.
28. "Bhikkhus, é quando a
atenção plena na respiração é desenvolvida e cultivada desse modo que esta
realiza os quatro fundamentos da atenção plena.
(A Realização dos Sete Fatores da Iluminação)
29. "E como Bhikkhus, os quatro
fundamentos da atenção plena são desenvolvidos e cultivados de modo que
realizem os sete fatores da iluminação?
30. "Bhikkhus, quando um
bhikkhu permanece contemplando o corpo como um corpo, ardente, plenamente
consciente e com atenção plena, tendo colocado de lado a cobiça e o
desprazer pelo mundo – nessa ocasião a atenção plena constante é
estabelecida naquele bhikkhu. Sempre que a atenção plena constante tenha
sido estabelecida num bhikkhu, nessa ocasião o fator da iluminação da
atenção plena é estimulado pelo bhikkhu; nessa ocasião o bhikkhu desenvolve
o fator da iluminação da atenção plena; nessa ocasião o fator da iluminação
da atenção plena alcança a sua plenitude através do desenvolvimento naquele
bhikkhu.
31. “Permanecendo assim com atenção plena, ele investiga
aquele dhamma com sabedoria, ele o examina, faz uma análise. Sempre que um
bhikkhu permanece assim com atenção plena, nessa ocasião o fator da
iluminação da investigação dos fenômenos é estimulado pelo bhikkhu; nessa
ocasião o bhikkhu desenvolve o fator da iluminação da investigação dos
fenômenos; nessa ocasião o fator da iluminação da investigação dos fenômenos
alcança a sua plenitude através do desenvolvimento naquele bhikkhu..
32. “Enquanto ele investiga aquele
dhamma com sabedoria, ele o examina, faz uma análise, a energia dele é
estimulada sem enfraquecimento. Sempre que a energia de um bhikkhu é
estimulada sem enfraquecimento enquanto ele investiga aquele dhamma com
sabedoria, nessa ocasião o fator da iluminação da energia é estimulado pelo
bhikkhu; nessa ocasião o bhikkhu desenvolve o fator da iluminação da
energia; nessa ocasião o fator da iluminação da energia alcança a sua
plenitude através do desenvolvimento naquele bhikkhu.
33. “Quando a energia dele é
estimulada, surge nele o êxtase. Sempre que o êxtase surge num
bhikkhu cuja energia é estimulada, nessa ocasião o fator da iluminação do
êxtase é estimulado pelo bhikkhu; nessa ocasião o bhikkhu desenvolve o fator
da iluminação do êxtase; nessa ocasião o fator da iluminação do êxtase
alcança a sua plenitude através do desenvolvimento naquele bhikkhu.
34. “Naquele cuja mente está elevada
pelo êxtase o corpo fica tranqüilo e a mente fica tranqüila. Sempre
que o corpo fica tranqüilo e a mente fica tranqüila num bhikkhu cuja mente
está elevada pelo êxtase, nessa ocasião o fator da iluminação da
tranqüilidade é estimulado pelo bhikkhu; nessa ocasião o bhikkhu desenvolve
o fator da iluminação da tranqüilidade; nessa ocasião o fator da iluminação
da tranqüilidade alcança a sua plenitude através do desenvolvimento naquele
bhikkhu.
35. “Naquele em que o corpo está
tranqüilo e que está feliz a mente se torna concentrada. Sempre que a
mente fica concentrada num bhikkhu cujo corpo está tranqüilo e que está
feliz, nessa ocasião o fator da iluminação da concentração é estimulado pelo
bhikkhu; nessa ocasião o bhikkhu desenvolve o fator da iluminação da
concentração; nessa ocasião o fator da iluminação da concentração alcança a
sua plenitude através do desenvolvimento naquele bhikkhu.
36. “Ele olha de perto com
equanimidade para a mente assim concentrada. Sempre que um bhikkhu
olhe de perto para a mente assim concentrada, nessa ocasião o fator da
iluminação da equanimidade é estimulado pelo bhikkhu; nessa ocasião o
bhikkhu desenvolve o fator da iluminação da equanimidade; nessa ocasião o
fator da iluminação da equanimidade alcança a sua plenitude através do
desenvolvimento naquele bhikkhu.
37. "Bhikkhus, sempre que um bhikkhu permanecer
contemplando as sensações como sensações, ardente, plenamente consciente e
com atenção plena, tendo colocado de lado a cobiça e o desprazer pelo
mundo ... (repetir como no verso 30-36) nessa
ocasião o fator da iluminação da equanimidade alcança a sua plenitude
através do desenvolvimento naquele bhikkhu.
38. "Bhikkhus, sempre que um bhikkhu permanecer
contemplando a mente como a mente, ardente, plenamente consciente e com
atenção plena, tendo colocado de lado a cobiça e o desprazer pelo
mundo ... (repetir como no verso 30-36) nessa
ocasião o fator da iluminação da equanimidade alcança a sua plenitude
através do desenvolvimento naquele bhikkhu.
39. "Bhikkhus, sempre que um bhikkhu permanecer
contemplando objetos mentais como objetos mentais, ardente, plenamente
consciente e com atenção plena, tendo colocado de lado a cobiça e o
desprazer pelo mundo ... (repetir como no verso
30-36) nessa ocasião o fator da iluminação da equanimidade alcança a sua
plenitude através do desenvolvimento naquele bhikkhu.
40. "Bhikkhus, é quando os quatro fundamentos da atenção
plena são desenvolvidos e cultivados desse modo que estes realizam os sete
fatores da iluminação. [12]
(A Realização do Verdadeiro Conhecimento e da Libertação)
41. "E como, bhikkhus, os sete fatores da iluminação são
desenvolvidos e cultivados de modo que realizem o verdadeiro conhecimento e
libertação?
42. "Aqui, bhikkhus, um bhikkhu desenvolve o fator da iluminação da atenção
plena, que tem como base o afastamento, desapego e cessação que amadurece no
abandono. [13] Ele desenvolve o fator da
iluminação da investigação dos fenômenos ... o
fator da iluminação da energia... o fator da iluminação do êxtase ... o
fator da iluminação da tranqüilidade ... o fator da iluminação da
concentração ... o fator da iluminação da equanimidade, que tem como base o
afastamento, desapego e cessação que amadurece no abandono.
43. "Bhikkhus, é quando os sete fatores da iluminação são desenvolvidos e
cultivados desse modo que estes realizam o verdadeiro conhecimento e
libertação.”[14]
Isto foi o que o Abençoado disse. Os bhikkhus ficaram satisfeitos e
contentes com a s palavras do Abençoado.
Notas
[1] O Pavarana
é uma cerimônia que conclui o retiro da estação das chuvas e na
qual os bhikkhus convidam uns aos outros para que
façam admoestações uns aos outros sobre as suas transgressões . [Retorna]
[2] O Komudi
é o dia de lua cheia do mês da Kattika que é o
quarto mês da estação das chuvas; é chamado assim devido às
ninféias (kumuda),
flores brancas, que floresciam nessa época. [Retorna]
[3] O
MN 10.4 difere
dessa passagem apenas pela adição do símile. Como
Acariya Buddhaghosa já havia feito
comentários sobre as quatro séries referentes à contemplação da atenção
plena na respiração no Vsm, no MA ele
simplesmente recomenda ao leitor esse trabalho que serve como explicação. As
notas 4 a 7 foram tiradas do Vsm VIII, 226-37.
[Retorna]
[4] Uma pessoa experiencia
êxtase, (piti), de duas maneiras:
atingindo um dos dois primeiros jhanas, no qual o êxtase está presente, o
êxtase nesse caso é experimentado em forma de concentração; e emergindo do
jhana e contemplando o êxtase como algo sujeito ao desaparecimento, o êxtase
nesse caso é experimentado em forma de insight. [Retorna]
[5] O mesmo método de explicação da nota 4 se aplica
à segunda e terceira sentenças, exceto pelo fato
de que a segunda abrange o três primeiros jhanas e a terceira todos os
quatro jhanas. A formação da mente é a sensação e percepção,
vedana e sañña,
(veja também o
MN 44.14), tranqüilizados pelo desenvolvimento sucessivo de níveis
superiores de concentração e insight. [Retorna]
[6] “Experienciando a mente”
deve ser entendido por meio dos quatro jhanas. “Satisfazendo a mente” é
explicado como atingir os dois jhanas que trazem o êxtase ou com a
penetração desses jhanas com insight como sujeitos
ao desaparecimento, etc. “Concentrando a mente” se refere ou à concentração
pertencente ao jhana ou à concentração momentânea que surge junto com o
insight. “Libertando a mente” significa libertá-la dos obstáculos e fatores
mais grosseiros do jhana, através de níveis sucessivamente mais refinados de
concentração, e das distorções cognitivas por meio do conhecimento adquirido
com o insight. [Retorna]
[7] Esta série de quatro contemplações lida inteiramente
com o insight, diferente das três anteriores que tratam de ambos,
concentração e insight. “Contemplando o desaparecimento” e “contemplando a
cessação”, podem ser entendidos ambos como o insight da
impermanência das formações e como o caminho supramundano da
realização de Nibbana, chamado de desaparecimento do desejo (isto é,
desapego, viraga) e a cessação do
sofrimento. “Contemplando a renúncia” é o abandono das impurezas através do
insight e da realização de Nibbana ao alcançar o caminho
supramundano. [Retorna]
[8] MA: Inspiração e expiração deve ser
considerada como o elemento ar, um dos quatro elementos que constituem o
corpo. Deveria ser incluído também na categoria dos tangíveis entre os
fenômenos corporais (uma vez que o objeto de atenção é a sensação de toque
da respiração entrando e saindo das narinas). [Retorna]
[9] MA explica que a atenção cuidadosa (sadhuka
manasikara), não é,
exatamente por si mesma, sensação, mas é dita como tal apenas
figurativamente. Na segunda série de contemplações a verdadeira sensação é a
felicidade mencionada na segunda sentença e também a sensação compreendida
na expressão “formação mental” na terceira e quarta
sentenças. [Retorna]
[10] MA: Embora o bhikkhu que esteja meditando tome como
seu objeto o sinal de entrada e saída da respiração, diz-se que ele está
“contemplando a mente como mente” pelo fato dele manter sua mente no objeto
através da estimulação da atenção plena e da plena consciência, dois fatores
da mente. [Retorna]
[11] MA: Cobiça e desprazer significam
os dois primeiros obstáculos, desejo sensual e má vontade, e assim
representam a contemplação dos objetos mentais, que principia com os cinco
obstáculos. O bhikkhu vê o abandono dos obstáculos com a contemplação da
impermanência, desaparecimento, cessação e
renúncia e assim começa a olhar para o objeto com
equanimidade. [Retorna]
[12] MA diz que a passagem acima mostra os fatores de
iluminação coexistindo juntos, em cada momento da mente, na prática da
meditação de insight. [Retorna]
[13] Esses são os sete fatores da iluminação (satta
bojjhanga) incluídos entre os trinta e sete
apoios da iluminação e que também aparecem no
MN10.42 e nos versos 29-40. [Retorna]
[14] MA: A atenção plena que compreende a respiração é
mundana; a atenção plena mundana da respiração aperfeiçoa os fundamentos
mundanos da atenção plena; os fundamentos mundanos da atenção plena
aperfeiçoam os fatores da iluminação supramundanos e os fatores da
iluminação supramundanos aperfeiçoam o verdadeiro conhecimento e a
libertação, isto é, o fruto e Nibbana. [Retorna]
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Source : http://www.acessoaoinsight.net |
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