A Estratégia do Não-Eu |
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A evidência para esta leitura do Cânone está concentrada em quatro pontos:
1. Numa ocasião em que é feito um pedido direto ao Buda para que tome
uma posição em relação à questão ontológica, se existe ou não um eu, ele se
recusa a responder.
2. Os trechos que afirmam de forma mais categórica que não existe um
eu estão qualificados de tal maneira que eles cobrem toda a realidade que
pode ser descrita, mas não toda a realidade que pode ser experimentada.
3. As idéias de que não existe um eu estão niveladas com as idéias de
que existe um eu como uma "cativeiro de idéias" as quais uma pessoa que tem
como objetivo a libertação do sofrimento faria bem em evitar.
4. A pessoa que alcançou o objetivo da libertação vê a realidade de
tal maneira que todas as idéias - mesmo aquelas noções mais básicas como eu
e não-eu, verdadeiro e falso - não têm mais poder de influenciar a mente.
O que segue é uma seleção de trechos relevantes do Cânone. Eles são
oferecidos com a advertência de que em última análise nada conclusivo pode
ser provado através da citação de textos. Estudiosos têm apresentado
argumentos para colocar em dúvida praticamente tudo no Cânone - quer seja
apresentando novas traduções para termos cruciais ou questionando a
autenticidade de praticamente cada trecho contido nele - e dessa forma o
único teste verdadeiro para qualquer interpretação é colocá-la em prática e
verificar aonde ela conduz em relação a obter a libertação da mente.
* * *
1. Compare os dois diálogos a seguir.
Tendo sentado a um lado, o errante Vacchagotta disse ao Abençoado, 'Então,
Venerável Gotama, existe um eu?' Quando isso foi dito, o Abençoado ficou em
silêncio. 'Então, não existe um eu?' Uma segunda vez o Abençoado ficou em
silêncio.
Então o errante Vacchagotta levantou-se do seu assento e partiu.
Em seguida, não muito tempo após o errante Vacchagotta ter partido o
Venerável Ananda disse ao Abençoado, 'Porque, senhor, o Abençoado não
respondeu quando foi perguntado pelo errante Vacchagotta?' - 'Ananda, se eu,
tendo sido perguntado pelo errante Vacchagotta se existe um eu, tivesse
respondido que existe um eu, isso estaria conforme com aqueles brâmanes e
contemplativos que são os expoentes da doutrina eternalista (isto é, a idéia
de que existe uma alma eterna). E se eu…tivesse respondido que não existe um
eu, isso estaria conforme com aqueles brâmanes e contemplativos que são os
expoentes do niilismo (isto é de que a morte é a aniquilação da experiência).
Se eu…tivesse respondido que existe um eu, isso seria compatível com o
surgimento do conhecimento de que todos os fenômenos são não-eu?
'Não, Senhor.'
'E se eu…tivesse respondido que não existe um eu, o confuso Vacchagotta
ficaria ainda mais confuso: "Aquele eu que eu costumava ter, agora não
existe?"' [SN
XLIV.10]
Mogharaja:
O Buda:
O primeiro trecho é um dos mais controversos no Cânone. Aqueles que
acreditam que o Buda tomou uma posição ou outra na questão sobre se existe
ou não um eu têm que explicar o silêncio do Buda e normalmente o fazem
focando na sua declaração final para Ananda. Se uma outra pessoa mais madura
espiritualmente que Vacchagotta tivesse feito a pergunta, eles dizem, o Buda
teria revelado a sua verdadeira posição.
Esta interpretação, no entanto, ignora as duas primeiras sentenças do Buda
para Ananda. Não importa quem faça a pergunta, dizer que existe ou não
existe um eu seria cair numa das duas posições filosóficas que o Buda evitou
durante toda a sua carreira. Quanto à terceira sentença, ele estava
preocupado em não contradizer "o surgimento do conhecimento de que todos os
fenômenos são não-eu" não porque ele sentia que esse conhecimento em si era
correto sob o ponto de vista metafísico, mas porque ele viu que o seu
surgimento poderia conduzir à libertação. (Trataremos do conteúdo desse
conhecimento no ponto 2 abaixo)
Esse ponto é confirmado quando fazemos uma comparação com o segundo discurso.
A diferença fundamental entre os dois diálogos está nas perguntas feitas: No
primeiro, Vacchagotta pede ao Buda que tome uma posição sobre a questão, se
existe ou não um eu, e o Buda fica em silêncio. Na segunda, Mogharaja
pergunta sobre uma forma de ver o mundo para que se possa superar a morte e
o Buda responde ensinando-o a ver o mundo sem relacioná-lo à noção de um eu.
Isso sugere que, ao invés de ser uma afirmação de que não existe um eu, o
ensinamento sobre não-eu é mais uma técnica de percepção que tem como
objetivo conduzir para além da morte, Nibbana - uma forma de perceber as
coisas sem a iideentificação de um eu, nenhuma noção de que 'eu sou', nenhum
apego a 'eu' ou 'meu'.
Portanto, parece mais honesto tomar o primeiro diálogo pelo que aparenta ser
e dizer que a questão, se existe ou não um eu, é algo sobre o qual o Buda
não tomou uma posição, sem levar em consideração se ele estava falando para
uma pessoa confusa espiritualmente como Vacchagotta ou uma pessoa mais
avançada como Ananda. Para ele, a doutrina do não-eu é uma técnica ou
estratégia para a libertação e não uma posição metafísica ou ontológica.
* * *
2. Os dois trechos a seguir, tomados em conjunto, são com freqüência
usados como a prova mais forte de que o Buda negava a existência de um eu de
forma muito ambígua. Note, no entanto, como os termos "mundo" e "Todo" são
definidos.
Ananda:
“Venerável senhor, dizem ‘o mundo está vazio, o mundo está vazio.’ Em
relação a que dizem que ‘o mundo está vazio’?”
“Ananda, porque está vazio de um eu ou algo que pertença a um eu é que dizem,
‘O mundo está vazio.’ E o que é que está vazio de um eu ou algo que pertença
a um eu? O olho, Ananda, está vazio de um eu ou algo que pertença a um eu.
Formas...consciência no olho...Contato no olho ...Qualquer sensação que
surja tendo o contato na mente como condição - experimentada como prazer,
dor ou nem prazer, nem dor - está vazio de um eu ou algo que pertença a um
eu.
“Ananda, é porque está vazio de um eu ou algo que pertença a um eu que dizem,
‘O mundo está vazio.’”
[SN XXXV.85]
“O que é o todo? Simplesmente, o olho e as formas, o ouvido e os sons, o
nariz e os aromas, a língua e os sabores, o corpo e os tangíveis, a mente e
os objetos mentais. Isso, bhikkhus é chamado o Todo. Qualquer um que diga,
‘Rejeitando esse todo, eu descreverei um outro,’ isso seria mera jactância
por parte dele. Se ele fosse questionado, seria incapaz de responder e além
disso ficaria aflito. Porque? Porque, bhikkhus, isso não estaria dentro do
domínio dele.”
[SN XXXV.23]
Agora, se os seis sentidos e os seus objetos - algumas vezes denominados as
seis bases do contato - constituem o mundo ou o Todo, existe algo que esteja
além deles?
MahaKotthita:
Sariputta:
MahaKotthita:
Sariputta:
MahaKotthita:
Sariputta:
MahaKotthita:
Sariputta:
MahaKotthita:
Sariputta:
A esfera da não diferenciação, embora não possa ser descrita, pode ser
compreendida através da experiência direta.
"Bhikkhus, essa esfera é para ser compreendida aonde o olho (visão) cessa e
a percepção (notação mental) da forma desaparece. Essa esfera é para ser
compreendida, aonde o ouvido cessa e a percepção do som desaparece… aonde o
nariz cessa e a percepção do aroma desaparece… aonde a língua cessa e a
percepção do sabor desaparece… aonde o corpo cessa e a percepção dos
tangíveis desaparece…aonde a mente cessa e a percepção dos objetos mentais
desaparece: essa esfera é para ser compreendida. [SN XXXV.116]
Embora este último trecho indique que existe uma esfera para ser
experimentada além das seis esferas sensuais, ela não deve ser tomada como
um "eu mais elevado". Este ponto é colocado no
Grande Discurso da
Causação, em que o Buda classifica todas as teorias do eu em quatro
grandes categorias: aquelas que descrevem um eu que é ou (a) dotado de forma
(um corpo) e finito, ou (b) dotado de forma e infinito; (c) sem forma e
finito; (d) sem forma e infinito. O texto não exemplifica as várias
categorias, mas podemos citar as seguintes como ilustração: (a) teorias que
negam a existência de uma alma e identificam o eu com o corpo; (b) teorias
que identificam o eu com todos os seres ou com o universo; (c) teorias de
almas discretas, individuais; (d) teorias de uma alma unitária ou identidade
imanente em todas as coisas. Ele a seguir rejeita todas essas quatro
categorias.
Um outro trecho mencionado com freqüência para mostrar que o Buda ensinou
que não existe um eu é um verso do Dhammapada, especialmente a terceira
estrofe, em que a palavra dhamma se refere tanto às coisas condicionadas
como não condicionadas. Observe, no entanto, o que o verso diz como um todo:
esses insights são parte do caminho e não o objetivo no final do caminho.
'Todas as coisas condicionadas são impermanentes' --
'Todas as coisas condicionadas são insatisfatórias' --
'Todos os dhammas são não-eu' --
Como veremos no trecho abaixo, o Buda afirma que o meditador alcança a
iluminação ao ver os limites de todas as coisas condicionadas, ao ver o que
está além delas e ao não se apegar a nenhuma delas. No verso seguinte, o
inquiridor do Buda se refere ao objetivo como um dhamma, (fenômeno),
enquanto o Buda o descreve como a remoção ou eliminação de todos os dhammas
- e dessa forma ele vai além de "todos os dhammas" e qualquer afirmação
possível que possa ser feita a seu respeito. Uma vez que o meditador tenha
realizado isso, nenhuma palavra - ser, não ser, eu , não-eu – se aplica.
Upasiva:
"Aquele que alcançou o objetivo:
O Buda:
"Não há nada através do qual se possa medir
* * *
3. Embora o conceito "não-eu" seja uma maneira útil de se
desvencilhar das ligações e apegos que conduzem ao sofrimento, a idéia de
que não existe um eu é simplesmente uma entre muitas idéias metafísicas ou
ontológicas que atam as pessoas ao sofrimento.
"Neste caso, bhikkhus, uma pessoa comum sem instrução...não entende o tipo
de coisas que merecem atenção e que tipo de coisas não merecem atenção.
Assim sendo, ela se ocupa com aquelas coisas que não merecem atenção e não
se ocupa com as coisas que merecem atenção. É desta forma que ela se ocupa
sem sabedoria: ‘Eu existi no passado? Não existi no passado? O que fui no
passado? Como eu era no passado? Tendo sido que, no que me tornei no passado?
Existirei no futuro? Não existirei no futuro? O que serei no futuro? Como
serei no futuro? Tendo sido que, no que me tornarei no futuro?’ Ou então ela
está no seu íntimo perplexa acerca do presente: ‘Eu sou? Eu não sou? O que
sou? Como sou? De onde veio este ser? Para onde irá?’
Quando ela se ocupa dessa forma, sem sabedoria, uma entre seis idéias surgem
nela. A idéia de que ‘o eu existe para mim’ surge como verdadeira e
consagrada;
A essa idéia especulativa, bhikkhus, se denomina um emaranhado de idéias,
uma confusão de idéias, idéias contorcidas, idéias vacilantes, idéias que
aprisionam. Presa por idéias que aprisionam, a pessoa comum sem instrução
não se vê livre do nascimento, envelhecimento e morte, da tristeza,
lamentação, dor, angústia e desespero; ela não se vê livre do sofrimento, eu
digo.
Um nobre discípulo bem instruído...entende quais são as coisas que merecem
atenção e quais coisas não merecem atenção. Sendo assim, ele não se ocupa
com as coisas que não merecem atenção, ele se ocupa com as coisas que
merecem atenção... Ele aplica sua atenção com sabedoria: ‘Isto é
sofrimento’... ‘Esta é a origem do sofrimento’... ‘Esta é a
cessação do sofrimento’... ‘Este é o caminho que conduz à cessação do
sofrimento’. Quando ele aplica a sua atenção com sabedoria desta forma,
três grilhões são abandonados: a idéia da existência de um eu, a dúvida e o
apego a preceitos e rituais.
[MN 2]
* * *
4. Portanto, embora a pessoa que esteja no caminho precise fazer uso
do Entendimento Correto, ele ou ela transcendem todos os entendimentos ao
alcançar o objetivo da libertação. Para uma pessoa que atingiu o objetivo, a
experiência ocorre sem que um 'sujeito' ou 'objeto' esteja sobreposto a esta,
sem a interpretação da experiência ou daquilo que é experimentado. O que
existe é a experiência em si mesma.
"Bhikkhus, tudo aquilo que no mundo, incluindo os seus devas, maras e
brahmas, esta população com seus contemplativos e brâmanes, seus príncipes e
povo é visto, ouvido, sentido, conscientizado, buscado, procurado, ponderado
pela mente: tudo isso eu entendo. Tudo aquilo que no mundo, incluindo os
seus devas, maras e brahmas, esta população com seus contemplativos e
brâmanes, seus príncipes e o povo é visto, ouvido, sentido, conscientizado,
buscado, procurado, ponderado pela mente: tudo isso eu compreendi
completamente; tudo isso é do conhecimento do Tathagata, mas o Tathagata não
se estabelece nisso
Portanto, bhikkhus, ao ver aquilo que é para ser visto, o Tathagata não
concebe algo visível separado do objeto visto. Ele não concebe o não visto.
Ele não concebe um objeto digno de ser visto. Ele não concebe aquele que vê.
Ao ouvir … Ao sentir … Ao conscientizar aquilo que é para ser conscientizado,
o Tathagata não concebe algo conscientizável separado do objeto
conscientizado. Ele não concebe o não conscientizado. Ele não concebe um
objeto digno de se conscientizado. Ele não concebe aquele que conscientiza.
Portanto, bhikkhus, o Tathagata, sendo o mesmo com relação a todos os
fenômenos que podem ser vistos, ouvidos, sentidos e conscientizados, é ‘Assim.’
E eu lhes digo: Não há nenhum outro ‘Assim’ mais elevado ou mais sublime.
“Tudo aquilo que é visto, ouvido, sentido ou apegado,
Tendo visto esse gancho muito antes,
Uma idéia é verdadeira ou falsa apenas quando alguém julga com que precisão
ela se refere a outra coisa. Se alguém a considera simplesmente como uma
afirmação, um evento em si mesmo, verdadeiro ou falso já não se aplica.
Portanto para o Tathagata que nas experiências não impõe noções de sujeito e
objeto e considera visões, sons, sensações e pensamentos exclusivamente em
si mesmos, as idéias não são nem verdadeiras nem falsas, mas apenas
fenômenos a serem experimentados. Sem a noção de sujeito, não existe base
para "Eu sei, eu vejo", sem a noção de objeto, não existe base para, "Isto é
exatamente como é". Idéias sobre o verdadeiro, falso, eu, não-eu, etc.,
perdem dessa forma todo o seu poder de controle e a mente fica livre para
ser Tathata: intacta, sem estar influenciada por nada de nenhuma forma.
"Aqueles habilidosos (em julgar) dizem que (uma idéia se torna) um grilhão
se, apoiando-se nela, alguém considera todo o demais como inferior.
[Snp IV.5]
"Aquele que pensa de si mesmo
De que o brâmane diria ‘verdadeiro’
Tal como o lótus
Quem conquistou a sabedoria não é medido,
Não há vínculos naquele que está livre das idéias,
“Então o Mestre Gotama não apóia nenhuma opinião especulativa?”
“ Vaccha, ‘opinião especulativa’ é algo que o Tathagata colocou de lado.
Pois o Tathagata, Vaccha, viu isso: ‘Assim é a forma material, essa é a sua
origem, essa é a sua cessação; assim é a sensação, essa é a sua origem, essa
é a sua cessação; assim é a percepção ... assim são as formações ... assim é
a consciência, essa é a sua origem, essa é a sua cessação’. Então, eu digo,
com a destruição, desaparecimento, cessação, desistência e abandono de toda
a concepção de idéias, de todas as invenções, de todas as fabricações de um
eu, de todas as fabricações de um meu e da tendência subjacente para a
presunção, o Tathagata está libertado através do desapego.”
[MN 72]
Isto, bhikkhus, o Tathagata sabe: esses pontos de vista assim formulados e
agarrados irão conduzir a tal e qual destino num outro mundo. Isso o
Tathagata sabe, e ele sabe muito mais além disso, mas ele não tem apego por
esse conhecimento. E estando assim desatado ele experimenta a perfeita paz,
e tendo compreendido como na verdade é, a origem e a cessação das sensações,
a gratificação, o perigo e a escapatória das sensações, o Tathagata está
libertado sem restar nenhum resíduo.
[DN 1]
Quer estes quatro argumentos sejam ou não fiéis aos ensinamentos do Buda, é
importante lembrar o seu objetivo principal ao apresentar a doutrina do
não-eu: para que aqueles que a utilizam possam obter a libertação do
sofrimento e estresse.
“Bhikkhus, vocês até podem se agarrar a essa doutrina do eu que não faça
surgir a tristeza, lamentação, dor, angústia e desespero naquele que nela se
agarre. Mas vocês conseguem ver alguma doutrina do eu como essa bhikkhus?”
“Não venerável senhor”
“...Eu também não consigo...Bhikkhus, o que vocês pensam? Se as pessoas
levassem embora a grama, gravetos, galhos e folhas deste bosque de Jeta ou
se os queimassem, ou fizessem com eles o que desejassem, vocês pensariam:
‘As pessoas estão nos levando ou estão nos queimando, ou estão fazendo
conosco o que desejam?’
“Não, venerável senhor. Porque não? Porque isso não é nem nosso eu, nem
pertence ao nosso eu”.
“Da mesma forma, bhikkhus, tudo aquilo que não é seu, abandonem-lo. Ao
abandoná-lo, isso irá conduzir ao seu bem-estar e felicidade por muito
tempo. E o que, bhikkhus, não é seu? A forma material não é sua ... A
sensação não é sua ... A percepção não é sua ... As formações não são suas
... A consciência não é sua, abandonem-la. Ao abandoná-la, isso irá conduzir
ao seu bem-estar e felicidade por muito tempo.
[MN 22]
O Ven. Sariputta disse: “ Amigos, em terras estrangeiras existem nobres e
brâmanes, chefes de família e contemplativos que são sábios e que sabem
diferenciar e que questionarão um bhikkhu: ‘Qual é a doutrina do seu mestre?
O que ele ensina?Assim perguntados vocês devem responder, ‘Nosso mestre
ensina a remoção do desejo e cobiça.’
"...desejo e cobiça pelo que?"
"...desejo e cobiça pela forma, sensação, percepção, fabricações e
consciência."
"...vendo qual perigo que o seu mestre ensina a remoção do desejo e cobiça
pela forma ... pelas sensações ... pelas percepções ... pelas formações ...
pela consciência?
"...Quando alguém não está livre da paixão, desejo, afeição, sede, cobiça e
ambição pela forma ... pelas sensações ... pelas percepções ... pelas
formações ... pela consciência, então por qualquer mudança e alteração nessa
consciência, surge a tristeza, lamentação, dor, angústia e desespero."
"...E vendo qual beneficio o seu mestre ensina a remoção do desejo e cobiça
pela forma ... pelas sensações ... pelas percepções ... pelas formações ...
pela consciência?"
"...Quando alguém está livre da paixão, desejo, afeição, sede, cobiça e
ambição pela forma ... pelas sensações ... pelas percepções ... pelas
formações ... pela consciência, não surge nenhuma tristeza, lamentação, dor,
angústia, ou desespero."
[SN XXII.2]
“Muito bem, Anuradha. Tanto antes, como agora, eu declaro somente o
sofrimento e a cessação do sofrimento.”
[SN XXII.86]
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Source : http://www.acessoaoinsight.net |
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